O texto revela a retórica de uma época passional da imprensa e da política brasileiras ao resgatar os rastros da memória de uma galeria de personagens ainda vivos, passados mais de cinquenta anos do tiro que rasgou as entranhas do Brasil: o pistoleiro de aluguel, a bem-amada, o secretário pessoal, a testemunha ocular da história, a espiã alemã, o filho da vítima da rua tonelero, os netos do presidente, a filha de Lacerda, o ajudante de ordens, as mulheres do coronel Bejo Vargas, os herdeiros políticos e os órfãos do caudilho. Só a ficção pode abraçar toda a complexidade e toda a verdade do enigma Vargas.