Este romance de 1973 assinala o ápice do percurso literário do pernambucano Osman Lins. Tendo como ponto de partida a intersecção entre uma espiral e um quadrado, nos quais se inscreve uma curiosa frase em latim, o romance cria uma intrincada trama de texto e mundo, em que a imagem dos nomes sobrepõe-se à imagem dos seres e das coisas, compondo um terceiro destino que cabe necessariamente ao homem decifrar.
Avalovara intercala oito temas narrativos que atravessam tempos e espaços distintos, de Amsterdã a Recife, de Recife à Roma Antiga, daí a São Paulo e vice-versa, numa narrativa notável, que ambiciona abarcar o mundo e a linguagem em sua totalidade. Neste mergulho no cerne da linguagem, o ritmo poético precede e ordena os nexos narrativos, num casamento entre prosa e poesia que marcou o romance brasileiro contemporâneo.