Em Para além do Leviatã, o filósofo húngaro István Mészáros apresenta a sua teoria do Estado de inspiração marxiana, insistindo na necessidade do “fenecimento do Estado” como condição de sobrevivência da humanidade. Os cataclismos ambientais e militares provocados pelos Estados-Leviatã atuais estão fadados a destruir o planeta, caso não seja desenvolvido um modo alternativo de reprodução sociometabólica. Por essa razão, a humanidade não tem escolha, a não ser buscar a crítica do Estado, visando à prática revolucionária de ir além do Leviatã. Conforme Mészáros já apontava em sua grande obra Para além do capital, é impossível ir “além do capital” sem ir igualmente “além do Estado”, já que essa forma de tomada de decisão global é parte estruturante do capitalismo. Portanto, Para além do Leviatã se constitui nesse desafio de desenvolver uma crítica completa do Estado, explorando toda a história de suas teorias, delineando sua origem, seu desenvolvimento e seu falecimento final enquanto forma da necessidade social de uma estrutura global de comando. Organizado pelo sociólogo John Bellamy Foster, o ambicioso projeto foi pensado inicialmente para uma publicação em três volumes. Com a morte de Mészáros, apenas o primeiro foi concluído e tem em português sua primeira edição pela Boitempo.