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Os efeitos da Portaria Normativa 13/2016, do MEC, já se fazem sentir. Um deles é a organização desse livro. Mas o que é mais importante destacar é que a Portaria Normativa, por si só, não se constitui na maior protagonista desse processo e nem mesmo o Ministério da Educação que, em tempos democráticos, a instituiu. Com certeza, reconheço que sem a existência dessa norma o processo de democratização do acesso e da permanência de coletivos sociais diversos na Pós-Graduação seria muito mais árduo. Mas, quero destacar que os principais protagonistas desse processo são as jovens e os jovens universitários, negras e negros, indígenas, quilombolas, dos setores populares, que
aceitaram o desafio de enfrentar a Pós-Graduação e tomaram posse do seu direito. Entenderam que as ações afirmativas na modalidade cotas, tanto na Graduação quanto na Pós-Graduação fazem parte de lutas e conquistas ancestrais e são um direito. E o direito de produzir conhecimento, de entrar, permanecer com dignidade na Graduação e na Pós-Graduação das Universidades Públicas não se pode e nem se deve perder, antes, deve-se agarrá-lo e transformá-lo em um dos elementos centrais da democracia, da justiça social e cognitiva. O protagonismo desses estudantes na Pós-Graduação se faz sentir nos mais diversos lugares do país. Outros temas de pesquisa, novas indagações teóricas, epistemologias insurgentes, construção de metodologias criativas e dinâmicas, autoras e autores negros, indígenas, quilombolas passam a se tornar referência nas produções acadêmicas e tensionam o cânone, construindo para si um lugar epistemológico. São
mudanças trazidas pelas estudantes e pelos estudantes cotistas na Pós-Graduação. Algumas delas estão registradas nas páginas desse livro.