Neste exercício, pretendeu-se realizar uma caminhada teórico-crítica que incidiu sobre narrativas ficcionais que representam as sendas trilhadas pelas literaturas contemporâneas portuguesa, brasileira e das nações que foram colônias de Portugal na África, incluindo o Timor Leste, na Ásia. Obras como Leite Derramado, de Chico Buarque; A triste história de Barcolino, de Lucílio Manjate; Requiem para o navegador solitário, de Luís Cardoso; Parábola do cágado velho, de Pepetela; Quarenta dias, de Maria Rezende; Órfãos do Eldorado, de Milton Hatoum; Desamparo, de Inês Pedrosa; e Cadernos de memórias coloniais, de Isabela Figueiredo serviram de objetos para uma discussão crítica a respeito da condição pós-colonial desses imaginários sociais. Os romances escolhidos como corpus revelam-se objetos privilegiados para a investigação das relações interdisciplinares entre a literatura e a história e para a apreensão de significações que, inscritas em imagens simbólicas, configuram uma memória coletiva em que representações identitárias se confrontam, permeiam-se e se hibridizam.